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Degradação de fármacos em efluentes sanitários pela combinação de processos de oxidação e foto-oxidação

Resumo

A maioria dos sistemas convencionais de tratamento de esgoto não é capaz de remover totalmente os micropoluentes presentes no esgoto. Assim, a degradação simultânea de 11 fármacos, detectados no efluente de uma estação de tratamento de esgoto no Sul do Brasil, foi investigada por meio de processos oxidativos avançados baseados em ozonização, radiação ultravioleta e peróxido de hidrogênio. Para detecção, as amostras foram preparadas por extração em fase sólida e os fármacos foram identificados por cromatografia líquida de ultra eficiência acoplada à espectrometria de massa em tandem. Ingredientes ativos como ciprofloxacina, oxitetraciclina, paracetamol, sulfametoxazol e trimetoprima tiveram suas concentrações aumentadas para análise de degradação. Os ensaios foram realizados em bancada a temperatura ambiente e pH neutro, com alíquotas coletadas aos 7,5 e 15 minutos. Duas doses de ozônio (0,5 e 0,9 mg por mg de carbono orgânico dissolvido) e combinações da menor dose de ozônio com fotólise (254 nm) e com 25 mg.L−1 de peróxido de hidrogênio foram avaliadas. A eficiência da mineralização dos fármacos foi verificada em um analisador de carbono orgânico total. O processo combinando de ozônio, peróxido de hidrogênio e radiação ultravioleta foi o mais eficiente na degradação de todos os fármacos detectados neste estudo, pois permitiu reduzir a oxitetraciclina em 89,32%, a cafeína em 96,79%, o trimetoprim em 97,40%, a ciprofloxacina em 97,75%, o sulfametoxazol em 99,79%, o paracetamol em 99,96% e a clindamicina, a ofloxacina, a sulfadiazina, o sulfatiazol e a tilosina em 100%. Esse processo também registrou a maior taxa de mineralização (60,52%), confirmando o potencial de redução de fármacos persistentes encontrados em sistemas convencionais de tratamento de esgoto.

Palavras-chave
tratamento de esgoto; micropoluentes; ozonização; peróxido de hidrogênio; radiação ultravioleta

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