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África em diálogo, África em autoquestionamento: universalismo ou provincialismo? "Acomodação de Atlanta" ou iniciativa histórica?

O artigo analisa a relação entre Europa e África, discutindo como a condição (pós-)colonial mantém uma tensão entre duas diferentes interpretações dessa relação. Num primeiro momento, aponta que afirmações contemporâneas de que a África não tem história têm raízes profundas em interpretações de pensadores europeus que se indagam sobre o grau de humanidade do negro (Kant, Hume, Voltaire, Montesquieu, Condorcet), sobre africanos e sobre a África. Nas seções seguintes, o texto faz uma análise crítica das teorias de existência de uma alma negra. A análise recai na discussão sobre como a "questão nacional" como substituta da "questão social" operou para a organização de uma cultura do servilismo que mantém o colonizado afastado das condições objetivas da cidadania moderna. A conclusão do artigo é que "uma antiga questão não foi resolvida, a da unidade negativa ou da polarização do mundo. Os filósofos da libertação encaravam claramente a supressão dessa contradição fundamental pela desconexão, a saída do Império, a ruptura dos laços de servidão com o centro capitalista. Essa abordagem implicava a retomada da iniciativa histórica pela periferia, segundo a perspectiva de Aimé Césaire, Kwame Nkrumah, Marcien Towa, Samir Amin. A ideia de cisão, de separação do corpo do Império, visava a um objetivo transcendente que é a integração dos indivíduos e das nações da África e do Sul em um grande projeto universal comum, na independência, na igualdade e na reciprocidade".

África; colonialismo; filosofia africana


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