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Editorial

Editorial

Com este número, a Educar em Revista apresenta aos leitores seus novos editores, Marcus Levy Bencostta (Editor) e Cláudio de Sá Machado Júnior (Adjunto), como os responsáveis pela manutenção da linha editorial que esta revista vem utilizando como parâmetro para certificar qualidade, regularidade e periodicidade frente à comunidade acadêmica, agências de fomento e indexadores.

A função e o papel dos editores que estiveram à frente deste periódico a posicionou em um grupo seleto de revistas acadêmicas, o que resultou no crescimento de sua responsabilidade diante da comunidade brasileira. Comunidade esta que vem nos apoiando, quer seja pelo envio de artigos, traduções, organização de dossiês, quer seja avaliando em suas especialidades manuscritos a ela submetidos.

Não deixa de ser senso comum que qualquer editor de periódico científico necessita de conselhos comprometidos com a sua missão e, nesse sentido, tanto o editor adjunto como os conselhos consultivo e editorial são cúmplices dos acertos que a Educar em Revista tem feito ao longo dos últimos 14 anos, marco de uma nova fase quando optamos, acredito que acertadamente, pela política de dossiês e abertura de nosso espaço de publicação para discussões com a participação de autores de outras regiões nacionais e a vinda dos internacionais.

Outro alicerce de sustentação das pilastras deste veículo de divulgação científica neste percurso é o apoio incondicional que todas as diretoras do Setor (Faculdade) de Educação da Universidade Federal do Paraná têm remetido aos inúmeros editores que por ela passaram. Sem este apoio político, administrativo e, principalmente, a liberdade para os editores e seus conselhos definirem a linha editorial, certamente as dificuldades seriam tremendamente maiores, as quais nos impediriam de alcançar de modo meritório o sucesso.

Isto contribuiu para o seu crescimento paulatino, firme e consistente na busca de reconhecimento no cenário nacional. E desde a obtenção e manutenção da maior avaliação do QUALIS no patamar A1, e a incorporação de seus volumes na coleção Scielo, as decisões editoriais têm sido tomadas no propósito de estabelecer metas de manutenção de sua qualidade, mas também prospecções afuniladas cada vez mais pelos rigores adotados pelas políticas de periódicos científicos na área das Ciências Humanas.

Se antes assumimos os desafios de uma periodicidade quadrimestral, desde 2011 temos a periodicidade trimestral, como algumas poucas no Brasil no campo da Educação. Se antes iniciamos, ainda de modo tímido, a publicação de artigos em língua espanhola, em breve chegarão os de língua inglesa e francesa. Que novos desafios nos esperam?

Um deles está relacionado ao evento de 36 anos de existência da Educar em Revista1 1 Em um rápido exercício de memória, lembramos que o seu primeiro número foi publicado no ano de 1977 e o segundo no ano seguinte, quando era denominada de Revista de Educação - Série Mestrado. Em 1981, após dois anos sem circulação, retorna com o título de Educar - Revista do Setor de Educação da UFPR, para assumir definitivamente, em 1993, o nome de Educar em Revista, o qual mantém até hoje. e aos 40 anos do Setor de Educação da Universidade Federal do Paraná (criado pelo decreto n. 72.782, de 12 de Setembro de 1977). Como parte desta comemoração, iniciamos o "Projeto Memória" com o desafio de publicar todos os números desde o seu início no formato on-line e disponibilizá-los no seu site na Plataforma do SER. Estamos também em negociação para que isso também aconteça com a coleção Scielo. Fazendo deste modo, todos nós da Educar em Revista acreditamos que, além de se preservar uma memória do periódico, tornamos possível a pesquisa de artigos que compõem a sua experiência ao longo do tempo de existência deste periódico.

Um segundo desafio é a ampliação de nossos indexadores para patamares mais internacionais. Esta não é uma tarefa simples, ao contrário, entretanto, estamos em condições de iniciarmos também esta meta com o propósito de alcançarmos divulgação de nossos artigos em campos ainda não explorados.

Recentemente, a Comissão de Avaliação dos Periódicos da Área de Educação, designada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação - ANPEd (Portaria n. 001, de 21 Março de 2012), publicou documento em 2013 com o objetivo de avaliar os periódicos da área utilizando critérios de valorização e estímulo à qualidade das publicações, como forma de subsidiar os trabalhos realizados pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Neste documento, em suas considerações finais afirma-se:

Junto com a pós-graduação em educação, sobretudo, nas universidades públicas, ocorreu paulatinamente a criação de periódicos específicos da área. Com o avanço das exigências da CAPES em termos de produção intelectual do corpo docente e discente dos cursos de pós-graduação e também com a criação de grupos e redes de pesquisa e maior intercâmbio dos pesquisadores, sobretudo a partir dos anos 1990, observou-se a criação e/ou consolidação de vários periódicos da área. Esse crescimento foi acompanhado de criação de mecanismos e sistemáticas de avaliação, a exemplo do QUALIS/CAPES, além de banco de dados e indexadores nacionais e internacionais que se multiplicaram mundo a fora. Nessa direção, vem sendo produzidos rankings de citação e outros fatores de impacto de âmbito internacional, com repercussões nos periódicos de diferentes áreas de conhecimento. Há, portanto, uma internacionalização da produção que tem impactado a pós-graduação, a pesquisa e os periódicos das diferentes áreas, incluindo a de educação (AVALIAÇÃO, 2012).

Nesse sentido, ao assumir a função de editor juntamente com o professor Cláudio de Sá, editor adjunto, o grande desafio continua sendo a manutenção da qualidade deste periódico na defesa de uma lógica de produção marcada pela qualidade adotada como princípio que substancia nossa ação na busca do refinamento da discussão acadêmica e científica dos fenômenos educacionais.

O presente volume, costumeiramente encabeçado por um dossiê temático, desta vez foi organizado por Andréa Barbosa Gouveia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Marcos Ferraz da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Savana Diniz Gomes Melo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Intitulado: "Sindicalismo Docente: experiências, limites, desafios e perspectivas", coube aos seus organizadores apresentá-lo, cujo teor os leitores terão a oportunidade de conhecer nas próximas páginas para, em seguida, apreciar as discussões de seus artigos que tratam do tema do sindicalismo e do associativismo docente frente a políticas educacionais que colocam em cena o Estado.

Os artigos de demanda contínua aprovados para este volume apresentam um conjunto de debates que se inicia com "Notas sobre as fontes de formação de John Dewey com base no próprio autor", de autoria de Mirian Jorge Warde. O manuscrito trata das fontes da filosofia e da psicologia utilizadas por este importante intelectual do século XX para a sua maturação intelectual durante o tempo de estudos na Universidade de Vermont e na Johns Hopkins.

Jane Soares de Almeida, em "As gentis patrícias: identidades e imagens femininas na primeira metade do século XX (1920-1940)", realizou a análise dos usos e sentidos das leituras de livros publicados na primeira metade do século XX que ressaltavam as várias qualidades femininas necessárias para o cuidado com o lar e a função materna, entendidas como componentes necessários à sua inserção no espaço público. Trata-se de uma interessante abordagem de cunho histórico da educação feminina no Brasil daquele período.

Continuando a discussão sobre gênero, mas considerando a realidade contemporânea, em "Debates sobre gênero na docência: O professor do sexo masculino nas séries iniciais do Rio de Janeiro-Brasil e Aveiro-Portugal", Amanda Rabelo investiga a figura do professor do sexo masculino que trabalha no ensino público das séries iniciais do ensino fundamental do Rio de Janeiro (Brasil) e Aveiro (Portugal). A autora, em sua escrita, analisa os motivos e as consequências da escolha profissional destes docentes que se enveredam por uma área tipicamente associada com o feminino.

Em seguida, Peri Mesquida com "Catequizadores de índios, educadores de colonos, soldados de cristo: formação de professores e ação pedagógica dos Jesuítas no Brasil, de 1549 a 1759, à luz do Ratio Studiorum" analisa este importante compêndio para a história da educação jesuítica que traduz a essência da prática pedagógica dos inacianos em seus colégios espalhados pelo mundo católico.

"Efeitos da ilustração do livro de literatura infantil no processo de leitura", das autoras Flávia Brocchetto Ramos e Marília Forgearini Nunes, discute o valor artístico-estético das ilustrações dos livros infantis na construção de sentidos e suportes de compreensão no processo de leitura.

Solange Martins Oliveira Magalhães, autora de "Ensino de Psicologia: limites do atual paradigma e a complementaridade do paradigma da complexidade", traz para o debate acadêmico a importância da articulação do paradigma da complexidade ao ensino de psicologia frente aos caminhos percorridos pela psicologia na formação docente.

"Uma escola justa contra o sistema de multiplicação das desigualdades sociais", escrito por Ione Ribeiro Valle, problematiza o desenvolvimento dos sistemas escolares e as relações entre educação (escolar) e justiça social. A autora discute como os mecanismos da escola conservadora podem criar condições para que ela se torne justa.

E para finalizar nossa sessão de demanda contínua, o leitor encontrará o artigo de Carlos Alberto Ferreira que trata da realidade portuguesa, intitulado: "Os olhares de futuros professores sobre a metodologia de trabalho de projeto". Neste manuscrito o autor destaca o uso de metodologias de ensino e aprendizagem na formação de professores de 1.º ciclo do ensino básico da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal).

Portanto, convidamos à leitura dos constructos aqui organizados como uma forma de contribuição ao debate e à reflexão do conjunto de ideias aqui reunidos.

Curitiba, junho de 2013.

Marcus Levy Bencostta

Editor

  • RELATÓRIO FINAL DA COMISSÃO DE AVALIAÇÃO de Periódicos da Área de Educação. Belo Horizonte, abril de 2013. Disponível em: <http://www.anped.org.br/internas/ver/avaliacao-de-periodicos-2012>. Acesso em: 13/06/2013.
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    Em um rápido exercício de memória, lembramos que o seu primeiro número foi publicado no ano de 1977 e o segundo no ano seguinte, quando era denominada de
    Revista de Educação - Série Mestrado. Em 1981, após dois anos sem circulação, retorna com o título de
    Educar - Revista do Setor de Educação da UFPR, para assumir definitivamente, em 1993, o nome de
    Educar em Revista, o qual mantém até hoje.
  • Datas de Publicação

    • Publicação nesta coleção
      22 Jul 2013
    • Data do Fascículo
      Jun 2013
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