O objetivo deste estudo é contribuir para uma melhor compreensão dos determinantes dos julgamentos acerca da existência de infidelidade marital e sua gravidade, sobre os quais existe pouca investigação, apesar do seu impacto nas relações de casal. Uma amostra de 68 homens e 221 mulheres respondeu online a um questionário, no qual se perguntava se o sucedido num conjunto de cenários constituiria infidelidade e quão grave seria. Uma análise fatorial identificou quatro aspectos que determinam a avaliação de infidelidade: envolvimento afetivo, contato físico/sexual, comportamento inocente e consentimento pelo parceiro. É atribuída maior gravidade quando o envolvimento é deliberado, continuado e sexual. Adultos jovens ou idosos, pessoas mais religiosas e com posicionamento político mais conservador fazem julgamentos mais severos. As mulheres penalizam mais o envolvimento na internet. A paixão e o consentimento do parceiro atenuam a gravidade. Situações ambíguas são julgadas como mais graves pelo parceiro do que pelo autor do comportamento.
infidelidade; conjugalidade; gênero; psicologia evolucionista