RESUMO:
O debate sobre a concepção de mundo tem ganhado destaque na Pedagogia Histórico-Crítica e entendemos ser pertinente pontuar um aspecto esquecido, mas que deve ser levado em conta em nossas investigações: a dimensão não-consciente. O texto que aqui apresentamos nasceu, a convite dos editores desta revista, de um parecer feito por nós a respeito do artigo que, quando publicado, foi intitulado As teorias pedagógicas e as concepções de mundo dos licenciandos em Ciências e Biologia de Pressato e Campos, (2022). Buscando alertar para os riscos de se estabelecer relações diretas entre a apropriação do conhecimento sistematizado e a formação de uma concepção de mundo coerente, unitária e revolucionária, este artigo traz algumas reflexões sobre os limites e possibilidades da educação escolar na formação da concepção de mundo, assim como considerações sobre questões metodológicas de pesquisas. Concluímos que a dialética consciente/não-consciente na formação e transformação da concepção de mundo torna este um fenômeno complexo e impossível de investigá-lo fora da atividade dos sujeitos. Por esta razão, formar concepções coerentes e unitárias de mundo não depende apenas da escola, mas da criação de formas de sociabilidade que caminhem na contramão da ideologia burguesa.
PALAVRAS-CHAVE:
Concepção de mundo; Pedagogia histórico-crítica; Dialética consciente/não-consciente