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Gustavo Alberto: “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil (1881-1884)1 1 - Pesquisa financiada com recursos da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAPDF) e do Decanato de Pesquisa e Inovação da Universidade de Brasília (Edital 04/2019), aos quais sou grato. A argumentação deste trabalho foi originalmente apresentada em forma de comunicação oral no 41º International Standing Conference for the History of Education (ISCHE), realizado na Universidade do Porto, em julho de 2019. Estendo os agradecimentos, por isso, à audiência, que na ocasião levantou algumas questões que procuro contemplar nesta versão final bem como à Alessandra Schueler, que, noutro momento, me forneceu uma valiosa indicação bibliográfica sobre os irmãos Alberto. As limitações que persistem, é claro, são de minha responsabilidade.

Gustavo Alberto: “invention” and circulation of the first patented school desk in Brazil (1881-1884)

Resumo

Um dos elementos materiais de maior centralidade na escola do final do Oitocentos foi, sem dúvida, o móvel destinado aos estudantes: a carteira escolar. Emergindo como alternativa aos antigos bancos e mesas coletivas, difundida nas Exposições Universais, debatida nos Congressos Pedagógicos e de Higiene, a criação e a produção dos chamados bancos-carteiras ajudaram a configurar uma nascente indústria escolar. No Brasil Império, a década de 1880 foi o momento em que essa questão passou a ser debatida com vigor. Salvo exceções, a investigação dos primórdios dessa produção de carteiras escolares no país ainda é tema a reclamar tratamento historiográfico. Nesse contexto, o artigo tem por objetivo investigar o processo de “invenção” e circulação da primeira carteira escolar patenteada no Brasil, por iniciativa de seu inventor, o professor Gustavo José Alberto, entre 1881 e 1884. Para tanto, ancora-se nos recursos metodológicos da micro-história e toma como fontes privilegiadas jornais do período, publicados na Corte Imperial, bem como relatórios oficiais. Os resultados apontam que o interesse do professor em produzir um protótipo de banco escolar parece ter nascido de sua experiência docente e de seu contato com debates pedagógicos então em andamento e dos quais tomou parte ativa. Ao mesmo tempo, ao criar um modelo de carteira a ser utilizado em sua escola, decidiu patenteá-lo junto ao Ministério da Agricultura para, posteriormente, oferecê-lo ao governo, que, naquela época, vinha realizando compras significativas desse material, tanto via importações quanto via fabricação local.

Carteira escolar; Cultura material escolar; Brasil Império; Século XIX

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