Este artigo propõe uma análise da representação da cidade na literatura de João Antônio, tendo como referência principal a obra Ô, Copacabana!, publicada em 1978. A cidade nos textos de João Antônio mostra-se constituída por uma linguagem e uma focalização próprias ao narrador que se quer identificado às classes populares, emulando o falar dos excluídos por meio de um tratamento linguístico com implicações sintáticas, rítmicas e vocabulares, que constroem uma visão de mundo à parte das representações urbanas realizadas pelas elites. Desse modo, João Antônio intenta representar a cidade a partir do foco dessas classes, o que redunda na predileção pelos espaços obscuros, à margem das imagens oficiais.
João Antônio; Ô, Copacabana!; narrativa; espaço urbano