Acessibilidade / Reportar erro

Disparidades na epidemiologia e no tratamento de câncer nas populações indígenas brasileiras

RESUMO

Objetivo:

Avaliar os aspectos relacionados a câncer em populações indígenas.

Métodos:

Estudo retrospectivo conduzido em um hospital universitário público. Foram incluídos pacientes com 18 anos ou mais, diagnosticados com tumores sólidos e acompanhados entre 2005 e 2015. Os aspectos clínicos foram avaliados por meio de estatística descritiva, e a sobrevida foi avaliada por meio de curvas de Kaplan-Meier e regressão multivariada de Cox.

Resultados:

Foram incluídos 50 pacientes. A incidência de câncer foi 15,73 por 100 mil. A média de idade ao diagnóstico foi 54 anos, e a maioria era do sexo feminino (58%). O câncer de colo uterino (28%) e o de próstata (16%) foram os mais frequentes. O tempo médio entre o início dos sintomas e o diagnóstico foi 9 meses, e entre o diagnóstico e o tratamento, de 3,4 meses. Doença diagnosticada no estágio IV (17%) resultou em pior sobrevida global (HR: 11,4; p<0,05). A sobrevida em 5 anos variou de 88% para o câncer de próstata a 0% para pulmão. Todas as taxas de sobrevida em 5 anos foram menores em comparação a outras populações.

Conclusão:

Os locais mais frequentes de neoplasia foram colo de útero e próstata. O estágio da doença e o sítio primário foram fatores prognósticos.

Descritores:
Epidemiologia; Saúde pública; Origem étnica e saúde; Neoplasias; Acesso aos serviços de saúde; Brasil

Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein Avenida Albert Einstein, 627/701 , 05651-901 São Paulo - SP, Tel.: (55 11) 2151 0904 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@einstein.br