RESUMO
Introdução:
O método mais recomendado para a esterilização dos alicates ortodônticos é a autoclave; porém, o ácido peracético mostrou-se eficaz no processo de esterilização química.
Objetivo:
O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito corrosivo do ácido peracético e da autoclave no processo de esterilização de alicates ortodônticos.
Métodos:
Foram selecionados quatro alicates de corte de amarrilho de aço inoxidável, com ponta ativa de carboneto de tungstênio (WC), das marcas Quinelato (Rio Claro/SP, Brasil) e ICE (Cajamar/SP, Brasil), que foram distribuídos em três grupos: 1) Controle (C), o qual não foi submetido à esterilização; 2) Grupo AC, constituído por duas pontas ativas de alicates submetidas a 100 ciclos de esterilização em autoclave; e 3) Grupo AP, formado por duas pontas ativas de alicates submetidas a 100 ciclos de esterilização por imersão em solução de ácido peracético a 2% durante 30 minutos.
Resultados:
Por meio da análise química (EDS, energia dispersiva de raios X), constatou-se que, após esterilização em autoclave, somente o alicate ICE apresentou corrosão por oxidação (Δ[O] = +24,5%; Δ[Fe] = +5,8% e Δ[WC] = -1,9%), enquanto na esterilização em ácido peracético, ambas as marcas, ICE (Δ[O] = +1,8%; Δ[Fe] = +18,0% e Δ[WC] = -1,1%) e Quinelato (Δ[O] = +5,3%; Δ[Fe] = -10,4% e Δ[WC] = -15,2%), apresentaram corrosão. A análise morfológica demonstrou que o ácido peracético causou uma corrosão localizada em pite em ambas as marcas, enquanto a autoclave ocasionou uma corrosão superficial uniforme no alicate ICE.
Conclusão:
A autoclave foi o método de esterilização que gerou menor dano corrosivo aos alicates ortodônticos, em comparação à imersão em ácido peracético a 2%.
Palavras-chave:
Esterilização; Corrosão; Autoclave; Ácido peracético