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Mini-Exame do Estado Mental na baixa escolaridade e em analfabetos: avaliação transcultural

Resumo

O desempenho cognitivo entre iletrados e indivíduos com baixos níveis de escolaridade é pior do que observado entre indivíduos bem escolarizados. Esta diferença pode ser um fator de confusão quando um diagnóstico preciso de comprometimento cognitivo se faz necessário. Além disto, há uma grande heterogeneidade no desempenho destas pessoas, provavelmente devido a diferentes demandas ambientais, e base sociocultural. Muitos estudos tem descrito a influência educacional em medidas neuropsicológicas, bem como em testes de rastreio, como o Mini-Exame do Estado Mental (MEEM).

Objetivos:

Analisar o desempenho de duas amostras de mesmo nível educacional e diferentes bases sociais e culturais.

Métodos:

Indivíduos de dois locais no Brasil foram submetidos ao MEEM, pareados por idade e escolaridade.

Resultados:

Houve diferença significativa entre as amostras quanto ao escore total e sub-itens de orientação temporal e sete-seriados, com melhor desempenho para a amostra urbana, mas quando analisados somente os analfabetos, os mesmos resultados foram observados, exceto para a cópia dos pentágonos, onde a população rural teve desempenho melhor.

Conclusões:

A base social e cultural além das demandas do meio ambiente influenciam nos testes de rastreio. Outros fatores, além da educação, devem ser revistos quando analisarmos os testes.

Palavras-chave:
Mini-Exame do Estado Mental; analfabetismo; nível educacional; teste de rastreio.

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