Resumo
O diagnóstico pode ser difícil em estágios iniciais de demência, especialmente em população de baixa escolaridade, quando os relatos de informantes podem ser úteis. Objetivo: Comparar a sensibilidade e especificidade do IQCODE com outros testes e diagnóstico clinico, assim como identificar os possíveis pontos de corte no Brasil. Métodos: Indivíduos sem demência (CDR=0; N=5), com comprometimento cognitivo leve (MCI) (CDR=0,5; N=15) e dementados (CDR³1; N=29) foram avaliados usando o IQCODE reduzido, um questionário de 16 itens aplicado ao informante, e escalas cognitivas e funcionais padrões. Diagnóstico final foi fornecido por consenso de especialistas, com experiência em demência, de acordo com os critérios do DSM-IV, e cegos quanto ao resultado do IQCODE. Resultados: IQCODE tem uma correlação positiva com o CDR (r=0.65, p<0.001) e negativa com anos de escolaridade (r= -0.33, p=0.021). IQCODE mantêm correlação positiva com o CDR quando controlado por idade e escolaridade (r=0.61, p<0.001). Na regressão linear a idade continuou a afetar o resultado do IQCODE (p=0.016) enquanto a escolaridade não (p=0.078). Médias do IQCODE de acordo com a classificação do CDR: CDR 0-3.37; CDR 0.5-3.75; CDR 1-4.32; CDR 2-4.61; CDR 3-5.00. A área sob a curva ROC para demência vs. controles foi 0.869 (p<0.001), MCI vs. controles, 0.821 (p<0.001) e de acordo com os CDR foi: CDR 0.5 vs. CDR 1=0.649 (p=0.089), CDR 1 vs. CDR 2=0.779 (p=0.009) e CDR 2 vs. CDR 3 =0.979 (p=0.023). Conclusão: Esses achados preliminares sugerem que o IQCODE Curto pode ser usado como instrumento de triagem para MCI e demência no Brasil.
Key words:
demência; diagnóstico; teste cognitivo; escalas funcionais; testes de rastreio; relatos de informante.