Acessibilidade / Reportar erro

Questões e controvérsias metodológicas da pesquisa em desordens cognitivas

Resumo

O estudo das desordens cognitivas é tarefa dificil devido à complexidade das funções estudadas e às numerosas variáveis implicadas. Neste artigo, nós primeiro revisitamos o conceito de cognição como atividade sistêmica e mediada (semiótica), de acordo com o qual a consequência de uma lesão focal não é um sintoma isolado mas uma syndrome, e a melhor abordagem neuropsicológica é uma análise baseada em testes apropriados para detectar dissociações duplas e, assim, fornecer pistas para relações cerebro-comportamentais. Esta abordagem leva em conta a influência de variáveis que podem influenciar o desempenho nos testes, as quais podem estar relacionadas ao paciente (idade, educação, etc.), à lesão (tamanho, etiologia), aos testes ou condições da testagem (validação ecológica, experiência do examinador), as quais precisam ser controladas e incluídas em análises estatísticas multivariadas, tal como fazemos em estudos de epilepsia de lobo temporal medial. Outras questões controversas, tais como dissociações simples e duplas, estudos de casos isolados versus estudos de grupos, bem como o método lesional são também examinados.

Palavras-chave:
cognição; testes neuropsicológicos; dissociação dupla; localização de lesão; pesquisa em transtornos cognitivos; epilepsia

Academia Brasileira de Neurologia, Departamento de Neurologia Cognitiva e Envelhecimento R. Vergueiro, 1353 sl.1404 - Ed. Top Towers Offices, Torre Norte, São Paulo, SP, Brazil, CEP 04101-000, Tel.: +55 11 5084-9463 | +55 11 5083-3876 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revistadementia@abneuro.org.br | demneuropsy@uol.com.br