Resumo
Pessoas bilingües usam dois sistemas linguísticos distintos na mediação da comunicação social e de processos cognitivos. Em consequência, podem usar estratégias particulares na solução de tarefas específicas, assim como podem passar por processos distintos de declínio cognitivo no envelhecimento normal ou anormal. Contribuição: Uma revisão da literatura da área sugere que o envelhecimento normal está relacionado com interferência progressiva entre as duas linguas e tendência a retroceder ao uso exclusivo de uma lingua. Em alguns estudos, pacientes bilingües com demência demonstram melhor função cognitiva na comunicação em L1 do que em L2. Em investigações recentes, o bilingüismo tem mostrado um efeito protetor no envelhecimento, atenuando o declínio cognitivo normal e retardando o princípio da demência. Conclusões: Apesar da grande heterogeneidade presente em populações bilingües e da diversidade de padrões de uso das duas linguas em diferentes estágios de vida, estudos recentes sugerem que o bilingüismo está relacionado a melhores resultados em testes de cognição em idade avançada e, potencialmente, a um efeito protetor na demência.
Palavras-chave:
bilinguismo; envelhecimento; cognição; demência.