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ESCOLARIDADE, REPOSIÇÃO DE TESTOSTERONA E DESFECHOS DE INTELIGÊNCIA NA SÍNDROME DE KLINEFELTER

RESUMO.

A maioria dos casos de hipogonadismo hipergonadotrófico masculino associado à infertilidade pode ser atribuída a uma única condição genética — a síndrome de Klinefelter (KS). A ampla variabilidade fenotípica dessa doença está frequentemente associada a linhagens de mosaico 47,XXY e também à reposição de testosterona. O diagnóstico e o tratamento precoces têm sido associados a melhores desfechos em termos de cognição e inteligência, mas o escopo dessa influência requer maior investigação.

Objetivo:

Este estudo investigou o perfil de inteligência de uma coorte de pacientes com KS, considerando a influência do nível educacional e das variáveis clínicas.

Métodos:

Vinte e nove indivíduos (9–65 anos) foram submetidos a medidas de quociente de inteligência (escalas Wechsler) e de comportamento adaptativo (escala Vineland-II). A análise de regressão linear considerou o nível educacional dos participantes e variáveis clínicas (comorbidades, uso de testosterona) como preditores e desempenho intelectual e comportamento adaptativo como desfechos.

Resultados:

Os resultados mostraram escores que variaram de deficiência intelectual à faixa média (82,5+15,8). Houve diferenças significativas entre os quocientes de inteligência de adultos e crianças e entre os índices verbais e não verbais. O nível educacional influenciou tanto o quociente de inteligência quanto o comportamento adaptativo. A terapia de reposição de testosterona e a ausência de convulsões influenciaram apenas o comportamento adaptativo. .

Conclusões:

Sendo assim, nível educacional e terapia hormonal podem estar seletivamente implicados na variabilidade intelectual na KS.

Palavras-chave:
Síndrome de Klinefelter; Fenótipo; Inteligência; Testosterona; Escolaridade

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