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Associação entre baixa escolaridade, desempenho cognitivo reduzido, incapacidade funcional e fragilidade em idosos

RESUMO.

A baixa escolaridade ainda é comum na população idosa. Embora a limitação na educação formal pareça estar independentemente e negativamente associada à cognição, habilidades funcionais e fragilidade no envelhecimento, nenhum estudo examinou a associação entre baixa escolaridade e um impacto futuro na saúde.

Objetivo:

esse estudo examinou a relação entre baixa escolaridade e o status cognitivo, habilidades funcionais e fragilidade.

Métodos:

estudo transversal com 540 idosos divididos em grupos: sem educação formal, 12-24 meses de escolaridade e 25-48 meses de escolaridade. Informações da triagem cognitiva (MEEM), habilidades funcionais (Índice de Lawton); a fragilidade (critérios do CHS) foram coletadas. Análises de regressão foram realizadas.

Resultados:

27% não tinham educação formal, 21% tinham entre 12-24 meses de educação formal e 55% tinham entre 25-48 meses de educação formal. Baixa escolaridade apresentou um impacto negativo e gradiente: nenhuma educação formal foi associada à pontuação abaixo do escore do MEEM (OR = 7,9), à dependência total/parcialmente em AIVD (OR = 2,5) e fragilidade (OR = 2,0). Ter 12-24 meses de escolaridade foi associado à pontuação abaixo do escore do MEEM (OR = 5,2) e a ser frágil (OR = 2,0). O grupo sem educação formal foi 10,1 vezes mais provável de apresentar piores escores cognitivos, pior capacidade funcional e fragilidade/pré-fragilidade concomitante (CCoFF), enquanto adultos idosos que tinham entre 12-24 meses de escolaridade tiveram 4,6 vezes maior chance de apresentar CCoFF.

Conclusão:

a baixa escolaridade apresentou associação com desempenho cognitivo, limitações funcionais e fragilidade. Os achados enfatizam claramente a importância da prevenção através da educação desde a infância à velhice.

Palavras-chave:
cognição; atividades instrumentais da vida diária; fragilidade; educação; países em desenvolvimento

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