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O foco no contexto da vizinhança na autoavaliação da saúde no Estudo Pró-Saúde

Existem relativamente poucos estudos sobre a influência das características de vizinhança sobre a auto-avaliação da saúde. Foi aplicada uma abordagem multinível com modelos hierárquicos para analisar a relação entre as características socioeconômicas de 621 vizinhanças (nível 2) da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, e a auto-avaliação da saúde de 3.054 servidores universitários (nível 1) da linha de base do Estudo Pró-Saúde. As vizinhanças foram criadas pela aplicação do algoritmo SKATER (Spatial ‘K’luster Analysis by Tree Edge Removal) aos setores censitários, de acordo com quatro indicadores e uma população mínima de 5 mil habitantes. Depois de ajustar para fatores individuais (renda per capita, escolaridade, idade, sexo, raça/cor, comportamentos relacionados à saúde e doenças crônicas), houve uma associação significativa entre renda baixa e número maior de pessoas por domicílio na vizinhança e autoavaliação da saúde “ruim”. Os residentes de vizinhanças de renda média apresentaram probabilidade 34% maior de avaliar a própria saúde como “ruim”. Aqueles que viviam em vizinhanças com maior número médio de pessoas por domicílio mostraram uma probabilidade 50% maior de autoavaliação da saúde “ruim”. Para além de fatores individuais, o contexto de vizinhança influencia a autoavaliação da saúde. Piores condições socioeconômicas da vizinhança afetam negativamente a saúde, que por sua vez aumenta as chances de autoavaliação da saúde “ruim”.

Palavras-chave:
Nível de Saúde; Fatores Socioeconômicos; Qualidade de Vida


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