Acessibilidade / Reportar erro

Situação trabalhista do portador de doença de Chagas crônica, em um grande centro urbano

Este estudo avaliou a situação trabalhista dos chagásicos em Campinas (SP) e região. Entrevistaram-se 250 pacientes com vínculo trabalhista, acompanhados no HC-FCM/Unicamp: 98% integravam a faixa da população economicamente ativa e 76% eram homens. Sua origem confirmou o processo migratório vivido pelos mesmos. A maioria tinha pouca qualificação profissional, com 69,2% dos indivíduos com primeiro grau incompleto e 21,6% analfabetos. Porém, 63,6% estavam empregados com vínculo empregatício regulamentado, concentrando-se principalmente na prestação de serviços (21,6%) e indústria de transformação (21,2%). Dos entrevistados, 55,2% referiram receber até dois salários mínimos, e 40,4% afirmaram ter sido demitidos ao menos uma vez em dez anos, demissão associada ao diagnóstico da doença por 8,9% desses. Também dos 57,2% submetidos a exames admissionais, 9,1% foram recusados, 92,3% dos quais pela soropositividade. Quanto à participação em sindicatos, 78,4% negaram. Evidenciou-se a situação precária e a discriminação contra o trabalhador chagásico.

Doença de Chagas; Trypanosoma cruzi; Saúde Urbana; Trabalhadores


Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz Rua Leopoldo Bulhões, 1480 , 21041-210 Rio de Janeiro RJ Brazil, Tel.:+55 21 2598-2511, Fax: +55 21 2598-2737 / +55 21 2598-2514 - Rio de Janeiro - RJ - Brazil
E-mail: cadernos@ensp.fiocruz.br