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A violência juvenil contra os emos: análise etnográfico de sua perseguição na Cidade do México

O artigo teve como objetivo descrever as concepções que têm alimentado o ódio e as práticas de violência, exercidas por diversos setores, contra homens e mulheres que se identificam a si mesmos como emos na Cidade do México. Trata-se de um estudo etnográfico, efetuado entre 2012 e 2015, sustentado em 24 entrevistas em profundidade a estudantes jovens que em 2008 cursavam algum grau dos últimos anos do ensino secundário nas universidades públicas da Cidade do México. Prioriza-se a narrativa dos emos (10); não entanto, se exploraram também os relatos dos jovens que se consideram punks (6), darks (5) e metaleiros (3). As conclusões sugerem que as agressões contra emos tem uma forte conexão com a percepção de gênero, particularmente ao respeito do conceito de masculinidade hegemônica. Destaca-se o fato de que não apenas emanam do coletivo juvenil, também emergem na vida familiar e escolar como contextos de violência naturalizada e construída como legítima, por causa do seu vínculo com a noção de disciplina escolar. As estratégias empregadas por estes jovens para resistir a violência sugerem posicionamentos reflexivos frente a seu contexto histórico, escolar e familiar. No entanto, como coletivo lograram colocar sua exigência ao direito a educação e a diversidade nas aulas universitárias, adverte-se a necessidade de desenhar políticas de prevenção a violência, especificamente nos contextos escolares universitários.

Violência; Sexualidade; Diversidade Cultural


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