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Situação atual da detecção precoce do câncer cérvico-uterino no Brasil

As neoplasias malignas foram responsáveis, em 1980, por 9,5% das mortes registradas no país. Entre as mulheres acima de 15 anos, constituíram a segunda causa de mortalidade proporcional, sendo superadas apenas pelas doenças do aparelho circulatório. O câncer cérvico-uterino ocupou posição de destaque, correspondendo a quase 10% dos óbitos nesse grupo. A experiência internacional tem demonstrado a eficácia da detecção precoce através da citopatologia vaginal no controle desta neoplasia. No Brasil, no entanto, avaliação realizada, em 1984, evidenciou que as Secretarias Estaduais de Saúde desenvolvem esta atividade em apenas 7% das unidades da rede básica, não alcançando 2% de cobertura das mulheres adultas. O INAMPS, maior prestador de cuidados médico-assistenciais no país, não tem informações sobre os exames citológicos realizados. A cobertura da assistência ginecológica é de apenas 15% das mulheres acima de 15 anos. É portanto necessário um amplo esforço de articulação interinstitucional para superação do estágio rudimentar em que se situa o controle do câncer cérvico-uterino no país. A definição de estratégias comuns no aproveitamento dos recursos existentes e a inserção da atividade de detecção precoce na assistência integral à saúde da mulher podem resultar em expressiva expansão da cobertura, garantindo-se, ainda, o aumento dos graus de efetividade e eficiência.


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