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Disparidades de gênero na saúde e nos cuidados de saúde: resultados para Portugal com base no Inquérito Nacional de Saúde

Embora tenham pior saúde ao longo da vida, as mulheres vivem mais anos do que os homens. As principais explicações para este paradoxo são que as mulheres sofrem mais de doenças menores, e adotam atitudes diferentes em relação à saúde. Testamos essas hipóteses pela investigação de disparidades entre homens e mulheres na saúde e nos cuidados de saúde em Portugal. Os dados usados são do Inquérito Nacional de Saúde 2005/2006 (N = 33.662). Regressões multivariadas mostram que as mulheres declaram pior estado de saúde autoavaliado, maior número de dias de incapacidade, maior prevalência de hipertensão, dor crônica, cancro, ansiedade e depressão, e maior utilização de consultas. A doença cardíaca é significativamente mais prevalente nos homens, o que pode explicar em parte o paradoxo. A maior utilização de consultas nas mulheres pode refletir a sua maior consciência relacionada com a saúde, que talvez seja protetora contra a morte precoce. Diferenças de gênero no estatuto socioeconômico explicam parte das diferenças em saúde, mas não permitem uma compreensão completa das diferenças.

Identidade de Gênero; Disparidades nos Níveis de Saúde; Disparidades em Assistência à Saúde; Fatores Socioeconômicos


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