Analisou-se o perfil clínico e epidemiológico dos óbitos relacionados à AIDS no período posterior à implementação da terapia antirretroviral (TARV) no Brasil, em um estudo caso-controle, com amostra representativa de óbitos por AIDS e de pessoas vivendo com AIDS, utilizando dados secundários. Abandono (odds ratio ajustada - AOR = 4,35, IC95%: 3,15-6,00) ou não uso da TARV (AOR = 2,39, IC95%: 1,57-3,65) foi o mais forte preditor de morte, seguido de diagnóstico tardio (AOR = 3,95, IC95%: 2,68-5,82). Critério de definição de AIDS que não o "CD4 < 350" esteve associado a uma maior probabilidade de morte (AOR = 1,65, IC95%: 1,14-2,40). Pacientes que não receberam vacinas recomendadas (AOR = 1,76, 95%CI: 1,21-2,56), apresentando doenças associadas à AIDS (AOR = 2,19, IC95%: 1,22-3,93) e com tuberculose (AOR = 1,50, IC95%: 1,14-1,97), tiveram maior risco de morte. A categoria de exposição UDI apresentou maior chance de óbito. Apesar do sucesso com as introduções precoces da TARV, brasileiros continuaram a morrer de AIDS no período posterior à implementação da terapia, e muitas das causas subjacentes a essa mortalidade são preveníveis.
Infecções por HIV; Anti-Retrovirais; Mortalidade; Acesso aos Serviços de Saúde