O autor analisa a gíria médica carioca a partir da visão de metáfora interativa ou viva proposta por autores como Black e Ricoeur, aplicada a trocadilhos e outros chistes do cotidiano médico, com o objetivo de desvendar o que os médicos significam ou "querem dizer" com esse registro lingüístico. O artigo adota uma classificação da gíria em três áreas temáticas, i.é., na relação do médico com a formação profissional, com os pacientes e com os serviços de saúde. Comparando seu material empírico com o de estudos americanos que enfocam chistes para pacientes, o autor identifica, além destes, uma série de trocadilhos para os próprios serviços de saúde, levando-o a sugerir interfaces entre a gíria médica e a "hipercrise sanitária" identificada por Schramm.
Linguagem Médica; Gíria Médica; Ética Médica