Este estudo caracteriza a sobrevida em crianças com AIDS no Brasil entre 1999-2002, contextualizando com o primeiro estudo nacional (1983-1998). Trata-se de coorte histórica, com crianças expostas ao HIV por transmissão vertical e acompanhadas até 2007. A probabilidade de sobrevivência em 60 meses foi analisada segundo sexo, ano de nascimento e de óbito, classificação clínica, uso de terapia antirretroviral (TARV) e de profilaxia para doenças oportunistas. No total, 920 crianças foram incluídas. A probabilidade de sobrevivência foi ampliada 3,5 vezes nos dois períodos avaliados, passando de 25% antes de 1988 para 86,3% no período de 2001-2002. Uso de TARV, classificação clínica inicial e atual/final foram preditores que influíram significativamente (p < 0,001) para a ampliação da sobrevida. Os resultados deste estudo indicam o sucesso da política brasileira para a abordagem das crianças infectadas com HIV. A melhora do estado clínico contribuiu para melhora da qualidade de vida, mas sinaliza-se para a necessidade de incorporação de práticas pautadas na integralidade do cuidado.
Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; Transmissão Vertical de Doença Infecciosa; Análise de Sobrevida; Terapia Anti-Retroviral de Alta Atividade