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A correspondência entre a estrutura da rede de mobilidade terrestre e a propagação da COVID-19 no Brasil

A rede de mobilidade intermunicipal é de suma importância para a compreensão de surtos, sobretudo no Brasil, um país com dimensões continentais. Os autores adotaram os dados do Ministério da Saúde e informações sobre o fluxo de pessoas entre cidades, da base de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em duas escalas: cidades brasileiras, sem a região Norte, e do Estado de São Paulo. Com base na abordagem de redes complexas, e considerando que a rede de mobilidade serve como proxy para a propagação do SARS-CoV-2, os nós e arestas representam cidades e fluxos, respectivamente. As medidas de centralidade de rede, como força e grau, são ranqueadas e comparadas à lista das cidades, de acordo com o dia da confirmação do primeiro caso de COVID-19. A medida de força capta as cidades com maior vulnerabilidade à pandemia, além de acompanhar o processo de interiorização do SARS-CoV-2 no Estado de São Paulo quando os fluxos de rede estão acima de limiares específicos. Algumas cidades do interior, como Feira de Santana (Bahia), Ribeirão Preto (São Paulo) e Caruaru (Pernambuco) mostram forças comparáveis às capitais estaduais. Nossa análise oferece ferramentas adicionais para a compreensão e o apoio para a tomada de decisões sobre intervenções na mobilidade intermunicipal em relação ao SARS-CoV-2 e outras epidemias.

Palavras-chave:
COVID-19; Vigilância em Saúde Pública; Epidemias


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