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Exposição humana ao mercúrio e efeitos adversos à saúde na Amazônia: uma revisão

Este artigo examina questões sobre exposição humana ao mercúrio (Hg) e seus efeitos adversos à saúde na Amazônia, com base em extensa revisão da literatura. Diferentes bioindicadores revelam uma ampla faixa de exposição, com teores médios de Hg em cabelo acima de 15µg/g em diversas comunidades amazônicas, situando-as dentre as mais expostas no mundo atualmente. Taxas de ingestão diária de Hg foram estimadas em alguns estudos e situam-se entre 1-2µg/kg/dia, consideravelmente acima das doses de referência estabelecidas pela USEPA (0,1µg/kg/dia) ou pela OMS (0,23µg/kg/dia). Déficits neurocomportamentais e, em alguns casos, sinais clínicos relacionados à exposição mercurial têm sido relatados tanto em adultos quanto em crianças de diversos países amazônicos. Há também evidências de dano citogenético, mudanças imunológicas e toxicidade cardiovascular. Visto que peixe é altamente nutritivo e há diversas fontes de Hg nesta região, existe uma necessidade urgente de encontrar soluções realistas e viáveis capazes de reduzir os níveis de exposição e de risco tóxico, ao mesmo tempo mantendo os hábitos alimentares tradicionais, preservando a biodiversidade píscea e frutífera e melhorando a saúde das populações desfavorecidas e afetadas.

Intoxicação por Mercúrio; Exposição Ambiental; Ecossistema Amazônico


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