O estudo busca analisar a relação entre isolamento social, solidão e tabagismo entre idosos. Trata-se de um estudo transversal de base populacional que incluiu 986 indivíduos com 60 anos ou mais. Os dados foram obtidos do Inquérito de Saúde de Município de Campinas (ISACamp 2014/2015), São Paulo, Brasil. Foram estimadas as taxas de prevalência do tabagismo e da cessação do tabagismo de acordo com as variáveis independentes e testadas as associações através do teste de qui-quadrado, considerando nível de significância de 5%. Foram calculadas as razões de prevalência ajustadas com o uso de regressão de Poisson simples e múltipla. O tabagismo e a cessação do tabagismo não mostraram associação com a maioria das variáveis que indicam isolamento social objetivo, enquanto o relato da solidão muitas vezes ou sempre esteve relacionado a uma maior prevalência de tabagismo (RP = 2,25; IC95%: 1,38-3,66). A solidão, acompanhada pelo autorrelato de problemas emocionais ou a presença de transtornos mentais comuns, esteve fortemente associada com o tabagismo e com menor prevalência de cessação do tabagismo (RP = 6,24; IC95%: 1,37-28,47 e RP = 0,46; IC95%: 0,28-0,77, respectivamente). Os achados sustentam o papel da solidão enquanto aspecto psicossocial relacionado ao uso de tabaco e ao impedimento da cessação do tabagismo em idosos e destacam a importância de problemas emocionais nessa associação.
Palavras-chave:
Solidão; Isolamento Social; Fumar; Idoso; Sintomas Afetivos