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Abastecimento irregular de água, seu uso domiciliar e dengue: uma pesquisa biossocial no Nordeste do Brasil

Apesar do crescimento de esforços no controle, desde 1986, a dengue, em Fortaleza, Nordeste do Brasil, continua endêmica com esporádicos surtos epidêmicos. Diversos fatores influenciam a ecologia do vetor, como as políticas sociais, a migração, a urbanização, o abastecimento urbano de água, a coleta de resíduos sólidos, as condições das casas, assim como as interpretações e práticas da comunidade. Este estudo descritivo utiliza uma abordagem multidisciplinar conjugando a antropologia e a entomologia. Foi adotado um desenho de estudo de caso múltiplo em seis quarteirões da cidade. O abastecimento de água é irregular seja nas casas pobres, seja naquelas privilegiadas. Apesar disso, existem diferenças entre os quarteirões em áreas pobres e aqueles mais privilegiados. Nos quarteirões mais privilegiados, existem casas que não têm ligação com o sistema de abastecimento público mas têm sistemas com poço e bomba, por isso a irregularidade não os afeta. Nos domicílios mais pobres, onde o abastecimento de água é irregular, a utilização de reservatórios como caixas d'água, cisternas, tambores, potes, cria as condições ambientais para um maior número de criadouros potenciais que poderiam incrementar a sobrevivência do Aedes aegypti.

Dengue; Abastecimento de Água; Antropologia; Entomologia


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