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As mortes "em domicílio" de menores de um ano na região metropolitana do Rio de Janeiro em 1986: um "evento-sentinela" na avaliação dos serviços de saúde

Foi investigada uma amostra de óbitos de menores de um ano na Região Metropolitana do Rio de Janeiro por um período de 12 meses e complementadas as informações disponíveis na Declaração de Óbito através de dados obtidos a partir de consultas a prontuários e entrevistas com a mãe das crianças. Verificou-se que o percentual de óbitos infantis que ocorre fora do ambiente hospitalar é de 13% (4% para o período neonatal e 23% para o pós-neonatal), subestimado portanto, pelas estatísticas oficiais. Procedeu-se à análise desse grupo particular de óbitos em relação aos principais grupos de causas, áreas de residência, realização de necrópsia e procura de serviços de saúde. A pneumonia destacou-se como primeira causa de morte no grupo pós-neonatal, com 40% dos óbitos fora do hospital. As áreas de residência que apresentam maior proporção de óbitos desse tipo são a área 1 (Zona Sul RJ) para os neonatais e a área 7 (Niterói e São Gonçalo) para os pós-neonatais. O percentual de realização de necrópsia nestes óbitos foi baixo (43% para os neonatais e 65% para os pós-neonatais). Em 38% dos óbitos neonatais e em 63% dos pós-neonatais as mães haviam procurado os serviços de saúde na semana que antecedeu o óbito e nem assim estas crianças tiveram suas mortes assistidas, ou mesmo evitadas.


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