Uma atualização sobre as questões relacionadas à avaliação dos riscos de saúde, oriundos da exposição a cádmio nos alimentos, é apresentada. Em um estudo de indivíduos sujeitos a uma elevada exposição dietária ao cádmio, a biodisponibilidade do cádmio ingerido foi confirmada, e os achados foram reforçados, diante da constatação de quantidades substanciais de cádmio acumulado, seja nos rins, nos olhos, assim como em outros tecidos e órgãos de pessoas ambientalmente expostas. Levantamos a hipótese de que essa acumulação seria o resultado de uma absorção eficiente do cádmio e do seu transporte sistêmico na absorção dos elementos cálcio, ferro, zinco e manganês pelo corpo humano. Os dados populacionais encontrados têm gerado uma preocupação quanto à validade do nível, atualmente aceito, de ingestão cádmica isenta de riscos, os rins constituindo o objeto único desses levantamentos de avaliação dos riscos à saúde, provenientes da ingestão de cádmio. Os dados também nos levam, na inferência do nível de ingestão cádmica isenta de riscos, a questionar a validade de se incorporar no modelo de avaliação de riscos para a determinação do limiar a taxa default de 5%, conhecida como nível tolerável de ingestão proporcionada semanalmente (PTWI).
Cádmio; Cálcio; Câncer; Dieta; Carga de doença; Exposição ambiental