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Endotoxina e câncer

Endotoxin and cancer

A exposição à endotoxina, componente de paredes celulares bacterianas gram-negativas, é muito comum em plantas industriais e no meio ambiente. Ambientes de alta exposição incluem fazendas de criação de animais, instalações têxteis de algodão e moinhos. Neste artigo, revemos estudos experimentais, epidemiológicos e ensaios clínicos sobre a hipótese de que a endotoxina previne o câncer. Desde os anos 70, estudos epidemiológicos em têxteis de algodão e outros grupos ocupacionais expostos à endotoxina demonstram redução no risco de câncer de pulmão. Pesquisa experimental de toxicologia animal e ensaios terapêuticos limitados em pacientes com câncer dão suporte para um potencial anticarcinogênico. Os mecanismos biológicos anticarcinogênicos de base ainda não são completamente compreendidos, mas acredita-se que incluem recrutamento e ativação de células imunológicas e mediadores pró-inflamatórios (ex.: fator de necrose tumoral α e interleucina-1 e - 6). Devido ao estágio atual de conhecimento, seria prematuro recomendar a endotoxina como agente quimiopreventivo. Porém, pesquisas epidemiológicas e experimentais que esclareçam relações de dosagem-efeito e exposição-relações temporais podem trazer benefícios para a saúde pública e a biomedicina básica.

Câncer; Carcinogênese; Endotoxina; Epidemiologia; Lipopolissacarídeo; LPS; Câncer de pulmão; Epidemiologia ocupacional


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