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O “habitus previdenciário” na vida das famílias rurais: o caso dos municípios de São Miguel do Anta e Piranga na Zona da Mata Mineira

RESUMO:

A universalização do direito à previdência social rural para os produtores e trabalhadores rurais é uma conquista recente da sociedade brasileira. A implementação deste benefício se deu no início da década de noventa. O objetivo deste artigo foi analisar os efeitos da previdência social rural no modo de vida das famílias com aposentados. A investigação foi realizada em dois pequenos municípios de economia agrícola da região da Zona da Mata Mineira. A pesquisa utilizou procedimentos cross-sectionais de coleta de dados, através da aplicação de um survey com perguntas abertas e fechadas voltadas para aspectos relativos ao consumo e à moradia. A amostra da pesquisa foi representativa da população estudada, tendo sido constituída por 117 idosos rurais: 64 do município de Piranga e 53 de São Miguel do Anta. Os dados foram categorizados, analisados e testados por meio do software Statistical Package for Social Sciences (SPSS). Os resultados da pesquisa evidenciaram uma rotina e uma predisposição para agir marcada pelo planejamento em relação ao tempo futuro, a qual se apoiava na segurança do recebimento mensal da aposentadoria. Investimentos planejados à longo prazo mostraram-se presentes nos projetos de reforma da casa e na compra de bens duráveis. A preocupação com as questões imediatas de sustento da família cedeu espaço para a perspectiva de planejamento futuro.

Palavras-chave:
aposentadoria rural; habitus rústico; habitus previdenciário; modos de vida e consumo

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