Resumo:
Objetivo:
A tração espinhal por halo craniano é um método com mais de meio século de aplicação, apresentando a possibilidade de correção gradual de deformidades com o paciente desperto, além da melhoria do padrão respiratório e nutricional. Este estudo teve como objetivo avaliar as complicações relacionadas aos pinos e à tração durante o seu uso no tratamento de deformidades graves.
Métodos:
Foram avaliados 27 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico com uso de tração halo-gravitacional pré ou inter-operatória, entre 2014 e 2020. Os critérios de inclusão foram a presença de deformidade grave (>100º) coronal e/ou sagital, e duração mínima de 7 dias de tração. Dois subgrupos foram identificados: pacientes com deformidade grave coronal (Grupo 1) e pacientes com deformidade grave sagital acompanhada de deformidade coronal (Grupo 2). Os dados clínicos e radiológicos foram analisados retrospectivamente, incorporando as variáveis: idade, sexo, peso, altura, diagnóstico etiológico, número de pinos, tempo de tração, ângulo de Cobb sagital e coronal pré e pós tração, complicações relacionadas aos pinos e à tração.
Resultados:
Idade e peso demonstraram correlação significativa com a ocorrência de complicações relacionadas aos pinos (p=0,007; p<0,001), assim como etiologia congênita (p=0,001), e os pacientes incluídos no grupo 2 (p=0,006). Não houve correlação significativa com a ocorrência de complicações neurológicas.
Conclusão:
A tração halo-gravitacional é um importante método adjuvante no tratamento de deformidades graves da coluna vertebral. Apesar de ter apresentado taxa de complicações considerável, não ocorreram eventos graves. Nível de evidência IV; Série de casos.
Descritores:
Tração; Complicações Pós-Operatórias; Escoliose