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Redenção na aparência e consolo metafísico: as duas ordens de justificação da existência em O nascimento da tragédia

Redemption in appearance and metaphysical consolation: the two orders of justification of existence in The birth of tragedy

Resumo:

Neste artigo, pretendo apontar e analisar uma ambiguidade na noção de “justificação” presente na primeira obra de Nietzsche: O nascimento da tragédia. Essa ambiguidade diz respeito ao elemento psicológico e metafísico que permite que o mundo apareça como justificado mediante o processo de transfiguração, o ato de redenção e o estado de consolo metafísico, os quais se dão, seja pela descarga dos sofrimentos do Uno-primordial em aparências e imagens sublimatórias (o que ocorre pelo efeito do impulso apolíneo), seja pelo retorno ao seio materno da natureza através do rompimento do princípio de individuação (o que ocorre pelo efeito do dionisíaco). Através de uma análise de diferentes passagens em que os termos “justificação”, “redenção” e “consolo metafísico” aparecem no texto, pretendo mostrar que, num confronto com o pessimismo de Schopenhauer, Nietzsche elabora duas concepções distintas de justificação estética da existência, vinculadas a uma interpretação teleológica da natureza que admite um telos específico para cada um dos seus impulsos fundamentais.

Palavras-chave:
justificação; redenção; consolo metafísico; aparência; Uno-primordial

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