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A vingança do curso de ação contra a ilusão cientificista

Courses of action’s revenge against the scientistic illusion

Resumo:

O nascimento e desenvolvimento da sociologia acadêmica foi facilitada enormemente pela crença “cientificista” –compartilhada pela maioria dos seus fundadores, especialmente Comte e Durkheim e revitalizada pelo estruturalismo de Bourdieu–, da possibilidade das ciências da sociedade não serem substancialmente diferentes das “outras ciências”, ou seja, das ciências naturais. Contudo, não há nenhuma ação autodeterminada a ser encontrada na natureza, nenhum curso de ação direcionado para algum objetivo ou para convicções fortes (“valores”); não há nenhum sujeito de ação no mundo da física. Entretanto, a fim de defender uma crença que –embora falsa– fez tanto e ainda faz muito para consolidar o status científico da sociologia, seus principais autores foram e permaneceram relutantes em considerar –como fez Weber– que os cursos de ação individuais ao longo do tempo constituem o elemento central na produção e mudança de sociedades modernas. E cinquenta anos após o nascimento do construtivismo, estes autores ainda encaram com grande suspeita o único método empírico que permite reconstruir cursos individuais de ação (situada), a entrevista narrativa ou “história de vida”. Não que este método faça milagres; mas se tomado seriamente, pode mudar a maneira como sociólogos olham para as sociedades: não como “sistemas” estáticos, mas como conjuntos dinâmicos e sempre em transformação.

Palavras-chave:
Cientificismo; Estruturalismo; Curso de ação; Trabalho autônomo; História de vida

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