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Política Externa da Arábia Saudita sob MBS: mudança da unidade de decisão e seus impactos em relação ao Iêmen e à Síria

Resumo

Se a estratégia regional da Arábia Saudita envolve a contenção dos procuradores do Irã, por que, sob o rei Salman, a Arábia Saudita atacou os Houthis no Iêmen, mas desistiu de sua tentativa de derrubar Bashar al-Assad na Síria? Argumento aqui que ambas as decisões refletem a vontade de Mohammed bin Salman de buscar soluções ‘heterodoxas’ na política externa, uma característica que guiou a política externa saudita diante de uma unidade de decisão em mudança no regime saudita. Enquanto a influência do MBS no caso do Iêmen é mais facilmente identificada, no caso da Síria isso não é tão simples. O príncipe herdeiro só adquiriu a capacidade de manobrar a política saudita em relação à Síria após consolidar seu poder dentro do regime, em 2017, e, a partir daí, ele implementou medidas que, na prática, facilitaram um acordo de coexistência entre a Arábia Saudita e a Rússia. Em ambos os casos, o objetivo era conter os avanços iranianos percebidos num cenário de redução do apetite por parte dos Estados Unidos para proporcionar segurança à Arábia Saudita. Esta conclusão é alcançada através do uso de uma abordagem de Análise de Política Externa, mais especificamente, a análise das unidades de decisão, para ampliar e aprofundar as observações feitas a partir de uma perspectiva de segurança do regime.

Palavras-chave
Oriente Médio; Arábia Saudita; Mohammed bin Salman; política externa; análise da política externa; Iêmen; Síria

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