Acessibilidade / Reportar erro
Caderno de Estudos, Número: 20, Publicado: 1999
  • Contabilidade versus fluxo de caixa

    Martins, Eliseu

    Resumo em Português:

    Demonstrações Contábeis e Fluxo de Caixa não são alternativos, mas sim complementos. O conhecimento e o domínio do que se entende por Regime de Competência propicia o entendimento da vinculação entre Demonstrações Contábeis e Fluxo Financeiro, Balanço, Demonstração do Resultado e Fluxo de Caixa estão umbilicalmente ligados. Na adoção do custo histórico, a vinculação é automática e bem mais visível. Quando da presença da inflação, a vinculação só é perfeita com o uso de moeda constante e a valor presente nas Demonstrações Contábeis, e isso infelizmente ainda não está efetivamente ocorrendo hoje, apesar de a Correção Integral atualmente praticada aproxima-se bastante, desse conceito. Mas essa ligação só é correta se também o Fluxo de Caixa for elaborado em moeda constante, já que ele, a valor nominal na inflação, é altamente enganoso. Quando da adoção dos custos de reposição (inclusive reavaliação de imobilizados), a vinculação passa a ser com o fluxo futuro de caixa para reposição desses ativos avaliados a preços correntes. Mas continua a vinculação entre Contabilidade e Fluxo Financeiro. A capacidade preditiva da Demonstração do Resultado e a sua capacidade de verificação, em conjunto com a Balanço, da real evolução patrimonial é muito superior, a médio e longo prazo, à capacidade do Fluxo de Caixa. Este tem enorme utilidade para a verificação da evolução da liquidez e da posição financeira a curto prazo, perdendo muito no cotejo entre investimento e retorno por considerá-los desmembradamente. Alem disso. o Fluxo de Caixa e muito mais sensível a políticas de mudança de prazo ou atrasos nos pagamentos ou recebimentos. Dai a maior chance de sua manipulação. O potencial informativo da Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos no conceito de capital circulante líquido é também, na nossa opinião, superior ao do Fluxo de Caixa para as empresas comerciais e industriais. Todavia, por lidar aquela Demonstração com conceito abstrato de folga financeira, provoca dificuldades na maior parte dos usuários. Dai justificar-se sua substituição pelo Fluxo de Caixa. Este tem utilidades efetivas, mas para quem conhece Regime no Competências, essas utilidades são complementares as das Demonstrações Contábeis. Em suma, a discussão de superioridade do Fluxo de Caixa. volta ao custo histórico puro mesmo quando de inflação, rejeição a valores de reposição, adoção do regime de caixa, etc. é válida para verificarmos o quanto ainda não se entende de Contabilidade e sua vinculação com o Fluxo de Caixa e para assumirmos uma postura educacional mais intensa. Precisamos comunicar melhor o que significa o nosso produto (as Demonstrações Contábeis) para evitarmos o surgimento, com certa intensidade recentemente, de afirmações que poderão levar incautos a caminhos incertos.
  • Problemas de Disclosure no Brasil: o caso das empresas com ações no exterior

    Bueno, Artur Franco

    Resumo em Português:

    Muitas companhias brasileiras, sofrendo os efeitos de um mundo cada vez mais competitivo, estão lançando valores mobiliários no exterior, a fim de reduzirem seus custos de captação. As companhias abertas, em especial as que já lançaram seus programas de American DepositaryReceipts - ADRs, estão sendo questionadas acerca das diferenças dedisclosure entre as demonstrações financeiras publicadas no Brasil e nos Estados Unidos. Esta e uma tentativa de estudar tais diferenças e analisar as demonstrações financeiras para identificar as razões subjacentes.
  • Evidenciação de derivativos

    Carvalho, Nelson Marinho de

    Resumo em Português:

    O artigo trata sobre a questão dos derivativos e sua evidenciação nas Demonstrações Contábeis. Procura-se definir, inicialmente. a que são derivativos e quais são os tipos de derivativas empregados pelo mercado financeiro, fornecendo uma rápida explanação sobre cada um. Os participantes do mercado financeiro de derivativos são, também, abordados, enfatizando a importância de cada um para a efetividade das operações financeiras. Mostra-se a atual forma de evidenciação desses instrumentos financeiros no Brasil através da mensuração das normas vigentes da CVM e do BACEN, e nos EUA através dos pronunciamentos da FASB ainda em vigor. A seguir. procura-se apresentar algumas criticas existentes no âmbito universitário americana quanto a forma atual preconizada pelo FASB para a evidenciação de derivativos. Procura-se dar. então, uma idéia do que seja o SFAS Nº. 133 Accounting for Deriva tive Instruments and Hedging Activties. o ultimo pronunciamento no FASB versando sobre a questão derivativos. Esse pronunciamento muda radicalmente a forma de evidenciação dos derivativos, que deixa de ser feita através de notas off-balance-sheet. passando a ser quantitativa e incorporada ao corpo das demonstrações contábeis. A exigência de calculo do fair-value para os derivativos demonstra, também. uma guinada nos conceitos contábeis atuais. pois introduz uma dosagem de subjetividade em seu cálculo. Conclui-se que esta deve ser a tendência para a adoção por parte dos órgãos normatizadores internacionais e brasileiros.
  • Contabilização de operações com derivativos: uma comparação entre o SFAS nº 133 e o arcabouço emanado pelo COSIF

    Lopes, Alexsandro Broedel; Carvalho, Luiz Nelson G

    Resumo em Português:

    O objetivo deste artigo e realizar uma analise comparativa dos principais aspectos da contabilização das operações com instrumentos financeiros derivativos, comparando o arcabouço emanado pelo Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional e o Statement of Financial Accounting Standards - SFAS Nº 133, Accounting for derivative instruments and hedging activities. Após algumas considerações de caráter conceituai, para corroborar o restante da explanação, as principais diferenças entre estes dois pronunciamentos são apresentadas com enfoque especial ao reconhecimento das operações com derivativos como Ativos ou Passivos das entidades envolvidas e as suas respectivas mensurações pelo fair value. As principais conclusões deste artigo apontam para a melhora sensível no conteúdo informativo das demonstrações contábeis, graças ao reconhecimento destes derivativos. A mensuração pelo fair value. apesarde trazer um grau maior de subjetividade ao processo contábil, em muito contribui para alteração significativa da qualidade do mesmo. O trabalho não se ocupa de uma definição rigorosa da operação destes produtos, nem de seus aspectos de precificação e gestão de risco, ficando restrito à abordagem contábil sem definições de caráter tributário
  • Decisão sobre mix de produtos financeiros: o caso da agência Estrela

    Garcia, Solange

    Resumo em Português:

    Este artigo tem como objetivo discutir o planejamento operacional anual de uma agência bancaria fictícia a Agência Estrela, relativamente ao mix de produtos que esta deve operar no próximo ano. A Agência Estrela é uma unidade administrativa de um banco de pequeno porte. o Banco Mercúrio. o qual possui um modelo de gestão orientado por resultados econômicos. Assim. para sustentação conceitual do modelo de decisão do gerente da agência, serão abordados aspectos da gestão econômica. da estrutura organizacional, do papel da Controladoria. do sistema de informações, do processo de gestão do Banco (Planejamento, Execução e Controle). bem como do modelo de mensuração de resultados. Também será considerada a utilização de uma ferramenta matemática para subsidiar a elaboração do plano. O problema será modelado utilizando a programação linear. para maximizar a margem de contribuição financeira da agência e tendo em vista as restrições de mercado e de recursos do processo produtivo. A solução ótima será obtida através da ferramenta SOLVER do EXCEL 7.0.
Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras Av. Prof. Luciano Gualberto, 908 - prédio 3, 05508 - 900 São Paulo - SP - Brasil, Tel.: (55 11) 3091-5820 (ramal 115), Fax: (55 11) 3813-0120 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: ReCont@usp.br