O objetivo deste trabalho é não somente a síntese de pigmento cerâmico negro com estrutura espinélio usando minerais locais e de baixo custo (minérios de cromita e manganês) mas também pesquisar as relações entre a estrutura e a cor dos pigmentos obtidos. O porquê da utilização de soluções sólidas de espinélio em materiais cerâmicos é principalmente devido às características estruturais, estabilidades térmica e química. Neste estudo pigmentos coloridos foram obtidos por calcinação a 1250 ºC partindo-se de mistura de cromita e óxido de manganês. Foram testadas diferentes composições contendo 30, 40 e 50 peso% de óxido de manganês (alto e baixo teor, respectivamente). A composição de fases e a caracterização microestrutural da matéria-prima e dos pigmentos obtidos foram avaliadas por difração de raios X, fluorescência de raios X, microscópio óptico com luz polarizada e microscópio eletrônico de varredura. Além disso, foram determinadas as cores dos pigmentos obtidos e dos azulejos. A composição de todos os pigmentos mostra a estrutura espinélio com Cr2FeO4; hematita foi também detectada na mistura de baixo teor de manganês. O grau de brilho é relativamente o mesmo em todas as misturas de pigmentos com os dois conteúdos de manganês. Entretanto, os azulejos podem ser considerados brilhantes comparados com seus pigmentos, especialmente o de maior teor de manganês. As reações de calcinação em estado sólido são realmente capazes de formar um pigmento marrom intenso que pode ser usado em aplicações em cerâmica industrial. A produção de pigmentos cerâmicos negros a partir de matéria-prima de menor custo e menor teor de pureza, que podem ser utilizadas no Egito para substituir os óxidos e sais puros, mostrou desempenho melhor para a produção de pigmentos pintados.
pigmentos; cromita; minério de manganês; espinélio; indústria cerâmica
