Placas aglomeradas produzidas com diferentes proporções de Hevea brasiliensis: Valorização da madeira residual em produtos de maior valor agregado

RESUMO

Devido ao uso dessa árvore na produção de látex, a Hevea brasiliensis tem um papel consolidado na economia brasileira. No entanto, ao final do ciclo produtivo dessa árvore, que dura aproximadamente 25 anos, a madeira resultante desse empreendimento não possui valor agregado e é normalmente utilizada na produção de lenha. Buscando introduzir esta espécie na indústria moveleira e da construção civil, este estudo objetivou avaliar a qualidade de painéis aglomerados produzidos com madeira de Pinus oocarpa misturada com madeira de Hevea brasiliensis em diferentes proporções. Os painéis aglomerados foram produzidos com uma densidade nominal de 0,60 g/cm³ e 8% de adesivo uréia-formaldeído e prensados ​​a 160 °C por 8 minutos a uma pressão de 4,0 MPa. A qualidade dos painéis aglomerados foi avaliada pelos testes de absorção de água e inchamento em espessura, ligação interna, flexão estática e arrancamento de parafusos. A substituição das partículas de Pinus por Hevea resultou em decréscimo da absorção de água e do inchamento em espessura. Os painéis produzidos com maior proporção de Hevea apresentaram melhor estabilidade dimensional devido à maior porosidade das partículas de Pinus oocarpa. A inclusão da madeira de Hevea brasiliensis resultou em um aumento de 75% no módulo de ruptura e um aumento de 300% na ligação interna em comparação com os painéis de partículas produzidos apenas com madeira de Pinus oocarpa. A madeira de Hevea brasiliensis pode ser utilizada para obter produtos de maior valor agregado e contribuir para a diversificação das matérias-primas utilizadas nas indústrias brasileiras de painéis aglomerados.

Termos para indexação:
Madeira reconstituída; árvore de borracha; mobília; uso de resíduos.