Métodos não farmacológicos para o alívio da dor durante mamografia: revisão integrativa

Santos, Katherine Olga Correia Alves; Franco, Clarissa Lima; Ribeiro, Caique Jordan Nunes; Nunes, Mariangela da Silva; Oliveira, Maria do Carmo de

doi:10.5935/2595-0118.20220029-pt

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Sumário

ARTIGO DE REVISÃO • BrJP 05 (02) • Apr-Jun 2022 • https://doi.org/10.5935/2595-0118.20220029-pt copiar

Métodos não farmacológicos para o alívio da dor durante mamografia: revisão integrativa

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS

A mamografia é um exame de imagens das mamas, obtidas por meio de radiografia com realização da compressão do tecido mamário. A dor é um fator constantemente relatado pelas pacientes submetidas ao procedimento e, por esse motivo, evidencia-se a necessidade de estabelecer estratégias alternativas não farmacológicas que reduzam a sensação dolorosa. O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão integrativa sobre os métodos não farmacológicos utilizados para o alívio da dor durante o exame mamográfico.

CONTEÚDO

A busca foi realizada no mês de abril de 2021 em quatro bases de dados (Pubmed, Medline, Scopus e CINAHL) utilizando os descritores “dor”, “manejo da dor”, “mamografia”, “musicoterapia” e “terapias complementares”. Após a leitura e análise final, quatro artigos atenderam aos critérios preestabelecidos, abordando o manejo não farmacológico da dor durante a mamografia. Os estudos evidenciaram diferentes métodos para redução da dor, como a utilização de almofada e a alteração no protocolo de compressão, bem como a intervenção com música.

CONCLUSÃO

Evidências sobre o manejo não farmacológico da dor relacionada à mamografia ainda são escassas. Entre as estratégias encontradas, o protocolo personalizado de compressão e o uso de almofadas compressíveis apresentaram eficácia analgésica, enquanto o uso da música não resultou em redução significativa da dor procedimental. No entanto, por se tratar de uma revisão integrativa, destaca-se a necessidade da realização de sínteses de evidências com maior rigor metodológico para estimar o tamanho do efeito analgésico dessas intervenções.

Descritores:
Dor; Mamografia; Manejo da dor; Terapias complementares

Autores	País de Origem	Desenho e Nível de Evidência	Tamanho amostral	Objetivos
Zavotsky et al.¹³13 Chan HH, Lo G, Cheung PS. Is pain from mammography reduced by the use of a radiolucent MammoPad? Local experience in Hong Kong. Hong Kong Med J. 2016;22(3):210-5.	Estados Unidos	Estudo prospectivo quase-experimental 2B	100 mulheres	Examinar a relação entre mamografia de rastreamento e intervenção musical.
de Groot et al.¹⁴14 Ferder K, Grunert JH. Is individualizing breast compression during mammography useful? investigations of pain indications during mammography relating to compression force and surface area of the compressed breast. Rofo. 2017;189(1):39-48.	Países Baixos	Estudo Observacional 3B	117 mulheres	Obter conhecimento sobre estratégias existentes e potenciais de prevenção da dor em mamografia, registrando simultaneamente a dor e a mecânica da mama ao longo de todo o ciclo de compressão da mama.
Chan, Lo e Cheung¹⁵	China	Estudo de Coorte 2B	100 mulheres	Avaliar a eficácia de uma almofada radiotransparente (MammoPad; Hologic Inc, Bedfor [MA], US) durante a mamografia de rastreamento para reduzir a dor em pacientes chinesas e a possibilidade de redução da dose glandular.
Ferder e Grunert¹⁶	Alemanha	Estudo observacional prospectivo 3B	199 mulheres	Determinar como a presença de dor durante a compressão mamográfica pode ser reduzida. Com isso, os autores avaliaram a sua relação com a força de compressão, área de superfície da mama comprimida, densidade mamária (ACR) e operações anteriores.

Autores	Resultados
Zavotsky et al.¹³13 Chan HH, Lo G, Cheung PS. Is pain from mammography reduced by the use of a radiolucent MammoPad? Local experience in Hong Kong. Hong Kong Med J. 2016;22(3):210-5.	Os escores médios de dor não ajustados (X) foram menores para o grupo de musicoterapia (X = 4,38 ± 2,58) em comparação com o grupo de controle (X = 4,44 ± 2,93), que não recebeu nenhuma música. Foi realizado um cálculo estatístico para avaliar a relação entre o escore de ansiedade e o escore de dor. Uma relação significativa, moderada e positiva foi encontrada entre as avaliações de ansiedade e dor dos participantes (r = 0,54; p <0,01). Esses resultados apoiam uma associação entre ansiedade e dor nesta população que podem influenciar na percepção de dor em ambos os grupos.
De Groot et al.¹⁴14 Ferder K, Grunert JH. Is individualizing breast compression during mammography useful? investigations of pain indications during mammography relating to compression force and surface area of the compressed breast. Rofo. 2017;189(1):39-48.	As compressões mamárias consistiam em uma fase de deformação para achatamento e uma fase de pinçamento para imobilização. A fase de fixação durou 12,8 ± 3,6 segundos (média ± desvio padrão), 1,7 vez mais do que a fase de deformação, de 7,5 ± 2,6 segundos. Durante a fase de pinçamento, a intensidade média de dor aumentou de 4,75 para 5,88 (24%) na EN de 0 a 10, e a proporção de mulheres que atingiu dor intensa (EN ≥ 7) aumentou de 23% para 50%. A dor moderada (EN ≥ 4) foi relatada até quatro dias após a mamografia. A análise multivariada mostrou que a memória da dor da mamografia anterior e a dor na mama antes da compressão são preditores significativos de dor. Mulheres com seios menores sentiram mais dor.
Chan, Lo e Cheung¹⁵	Das 100 pacientes, 66,3% das mulheres relataram redução de, pelo menos, 10% no nível de desconforto com o uso do MammoPad. Não foram encontradas diferenças estatísticas para idade, tamanho das mamas e nível de desconforto. A média de dor foi de 5,7 ± 2,5 sem o MammoPad vs 4,2 ± 1,8 com a utilização do dispositivo.
Ferder e Grunert¹⁶	A espessura da mama comprimida foi de 65,2% da mama não comprimida a uma força de 10 daN (57,8% a 15 daN). Quando a força foi aumentada de 10 daN para 15 daN, a dose glandular média (AGD) diminuiu 17%. A tolerância à compressão foi associada ao tamanho da mama. Mais de 50% das mamografias com compressão menor que 9 daN foram associadas a maior nível de dor. Na projeção oblíqua, 60% das mulheres especificaram a axila como a área de dor máxima.

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[1] Correspondência para: Katherine Olga Correia Alves Santos E-mail: kathebale_i9@hotmail.com