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Ocorrência do vírus do mosqueado do morangueiro no estado de São Paulo

Occurrence of the strawberry mottle virus in São Paulo

Verificou-se a ocorrência de estirpes do vírus do grupo denominado mosqueado («strawberry mottle») em plantações de morangueiro no Estado de São Paulo. Variedades antigas, como a Dr. Morère. acham-se totalmente infetatas. sendo portadoras sem sintomas. Alguns clones novos plantados apenas por poucos anos em campo, já se acham parcialmente infetados, indicando que há transmissão da moléstia sob condições naturais. Sintomas de palidez das nervuras, mosqueado, paralisação no crescimento e encrespamento são apresentados por plantas de Fragaria vesca infetadas pelos vírus dêsse grupo. Numerosas espécies de plantas-teste habituais foram inoculadas com diferentes isolados do vírus, por meio do vetor, mas os resultados foram geralmente negativos. Afídios virulíferos, colonizados sôbre plantas novas de Cassia accidentalis, Chenopodiam quinoa, Leonotis nepaetifolia e Leonurus sibiricus. induziram o aparecimento de sintomas. Não se conseguiu retransmitir o vírus dessas espécies para F. vesca, existindo, portanto, dúvidas sôbre a verdadeira identidade do vírus que infetava tais plantas. O vírus do mosqueado não foi aparentemente transmitido pela semente. Também não se mostrou transmissível mecânicamente para Frogaria vesca. O virus obtido por inoculação com o vetor em Chenopodium quinoa e que se supõe ser o do mosqueado, pôde se transmitido mecânicamente de C. quinoa para C. quinoa. mas não para F. vesca. O pulgão Pentatrichopus fragaefolii mostrou-se eficiente vetor do mosqueado, conseguindo-se obter em média mais de 50% de infecção em infestações com 1 afidio por planta. Aphis gossypii também transmitiu o vírus do mosqueado, mas com muito menor eficiência. Não se conseguiu transmitir o mosqueado com uma espécie de Cuscuta que ocorre comumeute em Campinas. Em testes de transmissão por enxertia de fôlhas, os resultados foram muito fracos devido ao mau pegamento. O pulgão Pentatrichopus fragaefolii tornou-se vírulífero quando alimentado em planta infetada por 30 minutos. Com o aumento no período de alimentação na fonte de vírus aumentou a eficiência de transmissão. Insetos virulíferos foram capazes de infetar plantas sadias quando alimentados sôbre elas por 15 minutos. Insetos virulíferos alimentados por 1 hora em planta sadia ainda retinham o vírus. Após 6 horas de alimentação já não mais o retinham.


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