Resumo
Criticamos a polissemia do significante “matemática”. Seu sentido do senso comum não deveria ser considerado suficiente para embasar a Educação Matemática. Descrevemos uma forma de discurso que emergiu na Grécia Antiga, originário da necessidade social de evitar conflitos intrafamiliares por meio de acordos precisos, leis escritas e diálogo democrático dentro de uma situação histórica singular. Essa forma de discurso emergiu junto com a cunhagem de moedas, tornou-se numericamente precisa com o movimento pitagórico e logicamente precisa com a crise desencadeada pelo paradoxo de Russell no começo do século passado. Mostramos como essa forma de discurso se desenvolveu na história junto com comunidades que vieram a se chamar “ciências exatas”, entre as quais a Matemática, uma comunidade de discurso proeminente. Terminamos o artigo sugerindo uma agenda política para a Educação Matemática.
Teoria do Valor Trabalho; Gênese da Matemática; Lacan; Sohn-Rethel; Grécia Antiga