Foram avaliados os efeitos de três graus de infestação por ácaro-vermelho (Oligonychus ilicis McGregor) (Acari: Tetranychidae) na anatomia foliar, nas trocas gasosas fotossintéticas e na produção de etileno pelas folhas, em uma cultura comercial de Coffea arabica 'Catuaí Vermelho', de aproximadamente 12 anos de idade. Em estudo complementar, também foi avaliada a anatomia foliar em uma cultura de C. arabica 'Mundo Novo', recuperada de intensa infestação de ácaro-vermelho durante o período seco da estação de crescimento anterior. As folhas infestadas pelo ácaro-vermelho apresentaram uma coloração "bronzeada", de intensidade proporcional ao grau de dano interno. Ao se alimentar, o ácaro-vermelho introduz seu estilete na epiderme adaxial e, em conseqüência, há destruição dos cloroplastos na área restrita onde ocorre a alimentação. O número de células aclorofiladas no parênquima paliçádico foi proporcional à intensidade do ataque do ácaro-vermelho. As células do parênquima esponjoso, localizadas abaixo das regiões de alimentação do ácaro, apresentaram-se inalteradas, com seus cloroplastos intactos, com exceção de algumas folhas intensamente atacadas. A taxa de fotossíntese líquida decresceu apenas nas folhas com ataque intenso do ácaro-vermelho, devido à destruição dos cloroplastos nas células atacadas. Contudo, a transpiração e a condutância estomática não foram alteradas pelo ataque do ácaro-vermelho. Não houve diferença entre as concentrações de etileno liberadas pelas folhas nas três intensidades de infestação do ácaro, sugerindo que seu ataque não ocasiona abscisão foliar. Em adição, os estudos anatômicos das folhas de plantas de 'Mundo Novo', externamente recuperadas do ataque do ácaro-vermelho, mostraram que, apesar das lesões cicatrizadas, permaneceram na planta.
café; danos estruturais na folha; etileno; trocas gasosas fotossintéticas
