Sementes recém-colhidas de girassol (Helianthus annuus L., Asteraceae) apresentam dormência fisiológica localizada no eixo embrionário, bloqueando a germinação em baixas temperaturas. Contudo, os embriões dormentes apresentam germinabilidade próxima a 100 % quando incubados na presença de etileno durante a embebição. Para verificar se determinadas proteinases estão envolvidas na quebra da dormência pelo etileno, embriões dormentes de girassol foram tratados com os inibidores de proteinases leupeptina e E64 e o inibidor específico do proteasoma lactacistina (clasto-lactacystin ß-lactone). Observou-se que embriões incubados a 10 ºC na ausência de etileno apresentaram germinabilidade menor que 10 % em todos os inibidores testados. Embriões incubados a 10 ºC na presença de etileno apresentaram alta germinabilidade (~90 %) nos tratamentos com leupeptina, E64, água e DMSO, contudo, no tratamento com lactacistina a germinabilidade foi reduzida significativamente (< 20 %) numa relação concentração-dependente. Incubação dos embriões a 25 ºC, temperatura na qual a germinação ocorre sem necessidade de etileno, a lactacistina não afetou a germinabilidade (> 90 %), mas aumentou significativamente o tempo médio de germinação. Os resultados sugerem que a atividade do proteasoma pode estar envolvida tanto na quebra da dormência por etileno como na progressão da germinação de embriões de girassol.
Helianthus annuus; dormência; etileno; lactacistina; proteasoma