Acessibilidade / Reportar erro

Comparação da taxa de recuperação de otomicose com o uso de tratamento tópico com betadina e clotrimazol Como citar este artigo: Mofatteh MR, Yazdi ZN, Yousefi M, Namaei MH. Comparison of the recovery rate of otomycosis using betadine and clotrimazole topical treatment. Braz J Otorhinolaryngol. 2018;84:404-9.

Resumo

Introdução

A otomicose é uma das doenças comuns associadas a muitas complicações, como envolvimento da orelha interna e mortalidade em casos raros. O tratamento da otomicose pode ser realmente desafiador e requer um acompanhamento rigoroso. As opções de tratamento para otomicose podem incluir desbridamento local, agentes antifúngicos locais e sistêmicos e uso de antissépticos tópicos, os medicamentos tópicos recomendados para o tratamento da otomicose.

Objetivo

Comparar a taxa de recuperação de otomicose utilizando dois métodos terapêuticos de betadina tópica (povidona-iodo) e clotrimazol.

Método

Neste ensaio clínico simples cego, 204 pacientes com otomicose foram selecionados utilizando-se método de amostragem de não probabilidade conveniente e randomizados para dois grupos de tratamento, com betadina tópica e com clotrimazol (102 pacientes em cada grupo). A resposta ao tratamento foi avaliada aos 4, 10 e 20 dias após o tratamento. Os dados foram analisados utilizando o teste t independente, qui-quadrado e teste de Fisher no software SPSS v.18, com nível de significância de p < 0,05.

Resultados

Os resultados mostraram que dos 204 pacientes com otomicose, os tipos de fungos isolados incluíram Aspergillus em 151 casos (74%) e Candida albicans em 53 pacientes (26%). No quarto dia após o tratamento, 13 pacientes (13,1%) no grupo tratado com betadina e 10 pacientes (9,8%) no grupo tratado com clotrimazol apresentaram boa resposta ao tratamento (p = 0,75). Uma boa resposta ao tratamento foi relatada para 44 (43,1%) e 47 pacientes (46,1%) no décimo dia após o tratamento (p = 0,85); e 70 (68,6%) e 68 pacientes (67,6%) no vigésimo dia após o tratamento (p = 0,46) no grupo tratado com betadina e clotrimazol, respectivamente. Assim, a resposta ao tratamento não foi significativamente diferente nos dois grupos.

Conclusão

No presente estudo, a eficácia da betadina e do clotrimazol foi a mesma no tratamento da otomicose. O resultado deste estudo apoia o uso de betadina como um antifúngico eficaz no tratamento da otomicose que pode ajudar a evitar o surgimento de organismos resistentes.

PALAVRAS CHAVE
Otomicose; Betadina tópica; Clotrimazol tópico; Taxa de recuperação

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br