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O papel potencial da amlodipina na rinossinusite bacteriana induzida experimentalmente Como citar este artigo: Tatar A, Korkmaz M, Yayla M, Polat E, Uslu H, Halici Z, et al. The potential role of amlodipine on experimentally induced bacterial rhinosinusitis. Braz J Otorhinolaryngol. 2017;83:619-26.

Resumo

Introdução:

Antibióticos são frequentemente usados para o tratamento de rinossinusite. Questões têm sido levantadas sobre os efeitos adversos dos antibióticos e a resistência crescente. A falta de desenvolvimento de novos compostos antibióticos aumentou a necessidade da exploração de compostos não antibióticos que têm atividade antibacteriana. A amlodipina é um composto não antibiótico com atividade anti-inflamatória.

Objetivo:

O objetivo desse estudo foi investigar o papel potencial da amlodipina no tratamento da rinossinusite, avaliando seus efeitos sobre o estado oxidativo do tecido, histologia da mucosa e inflamação.

Método:

Quinze cobaias albinas adultas foram inoculadas com Staphylococcus aureus e tratadas com solução salina, cefazolina ou amlodipina durante sete dias. O grupo controle incluiu cinco cobaias saudáveis. Os animais foram sacrificados após o tratamento. Alterações histopatológicas foram identificadas com a coloração de hematoxilina-eosina. A inflamação foi avaliada pela densidade de infiltração de leucócitos polimorfonucleares. Foram determinados os níveis teciduais de antioxidantes (superóxido dismutase, glutationa) e um produto de oxidação (malondialdeído).

Resultados:

Em animais com rinossinusite induzida, a amlodipina reduziu a perda dos cílios, edema da lâmina própria e deposição de colágeno em comparação com o grupo placebo (solução salina) e embora não seja superior à cefazolina, a amlodipina diminuiu a infiltração de leucócitos polimorfonucleares. Os níveis de atividade da superóxido dismutase e glutationa foram reduzidos, enquanto os níveis de malondialdeído aumentaram significativamente nos três grupos de tratamento em comparação ao grupo controle. O grupo tratado com amlodipina apresentou aumento significante dos níveis de superóxido dismutase e glutationa e diminuição dos níveis de malondialdeído em comparação com todos os grupos de tratamento.

Conclusão:

O composto não antibiótico amlodipina pode ter um papel no tratamento da rinossinusite aguda através de mecanismos protetores de tecido, antioxidantes e anti-inflamatórios.

Palavras chave:
Rinossinusite; Não antibiótico; Amlodipina; Antioxidantes; Cobaia

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