Acessibilidade / Reportar erro

Condição vestibular na surdez parcial Como citar este artigo: Sosna M, Tacikowska G, Pietrasik K, Skarzynski H, Skarzynski PH. Vestibular status in partial deafness. Braz J Otorhinolaryngol. 2021;87:379-88.

Resumo

Introdução

As células ciliadas da cóclea e do vestíbulo estão intimamente ligadas e podem ser suscetíveis aos mesmos fatores nocivos. A relação entre suas funções tem sido um campo de investigação há muito tempo. As indicações para implante coclear foram ampliadas e agora incluem os pacientes com surdez parcial. Isso levanta a questão de sua condição vestibular.

Objetivo

Investigar se existe alguma diferença entre a função vestibular de pacientes com audição residual de baixa frequência e aqueles com surdez total.

Método

Foram analisadas antes do implante coclear 360 orelhas com perda auditiva neurossensorial profunda. Os pacientes foram divididos em quatro grupos, de acordo com a audição residual de baixa frequência (Grupo 1 - audição residual de baixa frequência normal ou levemente elevada; Grupo 2 - limiar auditivo elevado, mas ainda usável em baixas frequências; Grupo 3 - audição residual não funcional; Grupo 4 - sem limiar auditivo detectável dentro dos limites do audiômetro). Os pacientes foram submetidos a testes vestibulares: potencial evocado miogênico vestibular cervical, potencial evocado miogênico vestibular ocular, prova calórica e teste do impulso cefálico com vídeo.

Resultados

As taxas de respostas obtidas no potencial evocado miogênico vestibular cervical foram as seguintes: no Grupo 1 (59,3%); Grupo 2 (57,5%); Grupo 3 (35,2%); Grupo 4 (7,7%). Para o potencial evocado miogênico vestibular ocular, o percentual de resultados corretos foi: Grupo 1 (70,8%); Grupo 2 (56,0%); Grupo 3 (40,0%); Grupo 4 (14,3%). Para a prova calórica, contamos respostas normais em 88,9% do Grupo 1; 81,6% do grupo 2; 57,9% do Grupo 3; 53,3% do Grupo 4. Para o teste do impulso cefálico com vídeo, também encontramos resultados significativamente melhores no Grupo 1, seguidos pelo Grupo 2, e muito piores nos Grupos 3 e 4.

Conclusão

Pacientes com surdez parcial não só apresentam uma função coclear melhor, mas também melhor função vestibular, que precisa ser protegida. Em resumo, quanto melhor for a audição residual de baixa frequência, melhor a condição vestibular.

Palavras-chave
Surdez parcial; Implante coclear; Potencial evocado miogênico vestibular; Teste do impulso cefálico com vídeo

Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Sede da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial, Av. Indianópolia, 1287, 04063-002 São Paulo/SP Brasil, Tel.: (0xx11) 5053-7500, Fax: (0xx11) 5053-7512 - São Paulo - SP - Brazil
E-mail: revista@aborlccf.org.br