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A eficácia de propranolol, flunarizina, amitriptilina e toxina botulínica nas queixas e profilaxia da migrânea vestibular: um estudo controlado não randomizado Como citar este artigo: Görür K, Gür H, İsmi O, Özcan C, Vayisoğlu Y The effectiveness of propranolol, flunarizine, amitriptyline and botulinum toxin in vestibular migraine complaints and prophylaxis: a non-randomized controlled study. Braz J Otorhinolaryngol. 2022;88:975–81.

Resumo

Introdução:

A migrânea vestibular é a causa mais comum de vertigem episódica espontânea em pacientes adultos e a segunda causa mais comum de vertigem em pacientes de todas as idades.

Objetivo:

Avaliar a eficácia da aplicação dos tipos de medicamentos orais (propranolol, flunarizina e amitriptilina) e da toxina botulínica tipo A sobre os sintomas vestibulares, intensidade da cefaleia e frequência das crises em pacientes com migrânea vestibular.

Método:

Sessenta pacientes com migrânea vestibular foram incluídos. Trinta pacientes receberam tratamento com toxina botulínica tipo A e medicação oral (Grupo B+), enquanto 30 pacientes receberam apenas medicação oral (Grupo B-). A intensidade da cefaleia foi avaliada pelo migraine disability assessment scale e a gravidade da vertigem foi avaliada com o dizziness handicap inventory. A frequência das crises de migrânea vestibular nos últimos três meses também foi avaliada.

Resultados:

Houve um decréscimo estatisticamente significativo na média dos escores do dizziness handicap inventory e migraine disability assesment scale e na frequência das crises de vertigem após o tratamento em todos os pacientes, p < 0,001 para todos os pacientes dos grupos B+ e B−. Os ganhos médios no escore do migraine disability assesment scale (p < 0,001) e na frequência das crises de vertigem (p = 0,003) foram significantemente maiores nos pacientes B+ do que nos pacientes B−.

Conclusões:

Os pacientes de ambos os grupos B+ e B− exibiram melhoria significativa na frequência das crises de migrânea vestibular e nos valores dos escores do dizziness handicap inventory e do migraine disability assesment scale. No entanto, a aplicação da toxina botulínica tipo A teve um efeito mais pronunciado para os valores de ganho no escore do migraine disability assesment scale e na frequência das crises de migrânea vestibular, mas não para os valores de ganho no escore do dizziness handicap inventory. Portanto, a aplicação de toxina botulínica tipo A deve ser considerada para pacientes com migrânea vestibular, cujos graus de intensidade da cefaleia são mais marcantes. O tipo de medicação oral (propranolol, flunarizina ou amitriptilina) não diferiu em relação à frequência das crises de migrânea vestibular e aos valores de ganho dos escores do dizziness handicap inventory e do migraine disability assesment scale.

Palavras-chave
Migrânea vestibular; Tratamento da migrânea vestibular; Toxina botulínica

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