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Paratuberculose: uma atualização

A Paratuberculose é uma enterite crônica que afeta ruminantes, causada por Mycobacterium avium paratuberculosis (Map). A doença é cosmopolita e determina importantes perdas econômicas. No Brasil, o agente foi isolado nas regiões Sul e Nordeste além do Rio de Janeiro, mas não há estudos epidemiológicos suficientes sobre sua ocorrência. O isolamento de Map dos tecidos ou amostras fecais é 100% especifico, mas Map apresenta o crescimento mais fastidioso dentre todas as micobactérias, com período de incubação de até 8 -12 semanas, dependente de fonte exógena de micobactina J. Os testes diagnósticos baseados em seqüências especificas de DNA permitem uma identificação rápida e segura, e PCR tem sido usado para confirmar resultados de cultura positiva e para identificar Map em fezes, leite ou tecidos. O alvo mais frequentemente utilizado é o gene que codifica para o 16S rRNA, e o elemento de inserção IS900. Testes sorológicos são amplamente utilizados para o diagnóstico de rebanho. Um ELISA comercial com uma etapa de pré-adsorção com M. phlei alcança uma especificidade de 95,4% a 99% e uma sensibilidade de cerca de 45%. Até agora, não existe tratamento efetivo para animais doentes e os programas de controle são baseados em medidas de manejo e descarte dos animais sintomáticos. No Brasil, a paratuberculose foi recentemente demonstrada mesmo em rebanhos fechados e autóctones. Assim, é essencial realizar-se um inquérito epidemiológico nacional e investigar o impacto econômico da enfermidade em nossos rebanhos. Estes resultados poderiam ser utilizados para um programa de controle da paratuberculose adaptado ás necessidades de nosso país.

Paratuberculose; Bovinos; Mycobacterium; Gado; Map


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