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Avaliação de dois métodos analíticos para detecção de parasitos intestinais em alfaces crespas vendidas em feiras de rua

Resumo

Este estudo objetivou averiguar a ocorrência de estruturas parasitárias nas alfaces crespas (Lactuca sativa), comercializadas em feiras livres e permanentes da cidade de Cuiabá-MT. Para tanto, 50 amostras foram avaliadas pelos métodos de sedimentação espontânea e centrífugo-flutuação, que revelaram positividade em 96% (48/50) e 78% (39/50) das amostras, respectivamente. O método de sedimentação foi mais eficaz na detecção de estruturas parasitárias dos patógenos Entamoeba histolytica, Ascaris spp., Strongyloides spp. e de larvas e ovos de Ancilostomídeo, quando comparado ao método centrífugo-flutuação, com diferença estatisticamente significativa (p ≤ 0,05). Contudo, estes métodos não diferiram significativamente na verificação de Giardia lamblia nas amostras. Ascaris spp. e Entamoeba coli ocorreram em 64% (32/50) e 46% (23/50) das amostras positivas, respectivamente, com os maiores percentuais observados. A ocorrência de Blastocystis spp., Fasciola spp., Dipylidium caninum e Ascaris lumbricoides foi revelada exclusivamente pelo método de sedimentação espontânea; Iodamoeba butschlii e Enterobius vermicularis, pela centrífugo-flutuação. Estes resultados reforçam a necessidade de utilizar, na análise da alface, métodos fundamentados na sedimentação e flutuação de estruturas dos parasitas. A presença na alface de parasitas de origem fecal, com reconhecida patogenicidade, representa risco à saúde do consumidor, bem como demonstra deficiência na adoção de boas práticas agrícolas na produção, distribuição e comercialização de alfaces.

Palavras-chave:
Lactuca sativa; Protozoários; Helmintos

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