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O impacto de represamentos sobre comunidades de rotíferos em dois ambientes de planície tropical: variações interanuais nos pulsos hidrológicos

O principal fator regulador da estrutura das comunidades biológicas nas planícies de inundação é o regime de pulsos hidrológicos. Reservatórios construídos nesses ecossistemas alteram a dinâmica dos ambientes e a biodiversidade das comunidades. Este estudo avaliou a estrutura e a estabilidade da comunidade de rotíferos em conseqüência das alterações do pulso hidrológico após o represamento de Porto Primavera, na planície de inundação do Alto Rio Paraná, a montante. A comunidade foi estudada em um rio e uma lagoa, durante quatro anos, antes e depois da construção do reservatório. Logo após o represamento, foi observada a redução da riqueza de espécies e abundância dos organismos, seguida do incremento destes atributos, e da diversidade de espécies com o aumento do nível hidrométrico do Rio Paraná e, conseqüentemente, da conectividade entre os ambientes da planície de inundação em anos de cheias excepcionais. Conochilus coenobasis, Filinia longiseta, Keratella cochlearis, Lecane proiecta e Polyarthra dolichoptera persistiram durante o estudo, contribuindo para a estabilidade da comunidade (manutenção da abundância das espécies ao longo do tempo), que foi maior na lagoa, principalmente após o represamento. A redução na freqüência, intensidade e amplitude dos pulsos de potamofase determinaram, por um lado, a redução da riqueza de espécies, e por outro o aumento da abundância dos organismos e da estabilidade da comunidade, além do aumento da diversidade de espécies, favorecendo a persistência da comunidade.

rotíferos; planície de inundação; reservatórios; Rio Paraná; Brasil


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